A CPI dos transportes público teve mais uma reunião nesta manhã de terça-feira com depoimentos assustadores que podem levar os usuários dos transportes a enfrentar mais uma greve dos rodoviários. Em depoimento, o empresário Gilson Neto sócio da empresa Ratrans, declarou que a crise financeira que todo o sistema enfrenta chegou ao extremo. Sem aumento de passagem e mais subsídio, não tem como manter um transporte de qualidade e nem a frota necessária para o transporte dos usuários.
Hoje as empresas ainda com o subsídio de 4 milhões, registra um déficit mensal de 2 milhões de reais e a tendência é o aumento desse valor com o passar dos dias caso as partes não encontrem uma solução para equilibrar as finanças das empresas. A folha de pagamento e combustível vêm sendo as prioridades de compromisso de despesas. Infelizmente, as despesas vem superando a receita a meses a empresa de transportes tem ainda como prioridade a manutenção dos ônibus em reposição de peças, pinturas e ajustes das carrocerias. Caso contrário um ônibus com um ano de rodagem pode se transformar em ônibus velhos pois as avenidas e ruas da nossa cidade só contribuem para o sucateamento da frota.
Ao ser perguntado pelo presidente substituto, Astro de Ogum, se o sistema de transporte está em falência, o empresário Gilson Neto afirmou que infelizmente sim e que transporte de qualidade só é possível com os aumentos de tarifas determinadas em contratos mais subsídio, além de ruas e avenidas com pavimentação de acordo com as normas técnicas.
O ex-secretário do governo, Edvaldo Holanda Junior Israel Petrus foi ainda mais objetivo e declarou:
“Em minha gestão na SMTT, conseguimos controlar e manter o equilíbrio de todo o sistema do transporte público. O governo Edvaldo foi exigente nas requisições de transportes novos com ar condicionados proporcionando cumprimento de horários e transportes de qualidade. Proporcionamos sim o aumento de tarifa quando se fez necessário, porém exigimos o cumprimento dos serviços de acordo com as cláusulas contratuais. Infelizmente essa crise dos transportes públicos se generalizou com os constantes aumento dos combustíveis no início do governo Braide.
Bem amigos, o ex-secretário Israel Petrus foi contundente em todas as perguntas. Em nenhum momento demostrou desequilíbrio emocional. Todas as perguntas direcionadas ao governo Edivaldo o ex-secretário respondeu com objetividade. Então se ele afirma em depoimento que essa crise se generalizou no início do governo Braide, a CPI tem que convocar com urgência os responsáveis em ter deixado essa crise dos transportes públicos chegar à proporções extremas do colapso no sistema como todo.
Vale lembrar que o governo Braide sustentou doze dias de greve dos rodoviários, fechou os olhos para o retorno da frota com mais de dez anos de uso e determinou o subsídio com o dinheiro público por conta do popularismo. A situação é preocupante. Devemos ter mais aumento de combustível e soluções paliativas não vão segurar essa crise e, caso as autoridades competentes não tomem providências em resolver a questão, as greves serão constantes e inevitáveis. A população usuária dos transportes públicos que se prepare para o pior. Ou o governo Braide toma as providências cabíveis para resolver a questão, ou então a cidade vai se tornar um antro de protesto, fome e desemprego.