Nem bares e nem praias: transportes públicos e alternativos são os maiores meios de transmissão da COVID-19 na capital maranhense.
Se o ministério público e outras autoridades competentes acreditam que o Lockdown seja a solução necessária para erradicar a COVID-19, isso é muito preocupante. Qualquer medida que interfira na paralização da nossa economia se mostra desastrosa para a população de baixa renda.
Que me desculpem as autoridades, mas eu vejo que todo o seguimento responsável direto em erradicar a COVID-19 não está preocupado com a classe trabalhadora do nosso Estado, mas sim com a população elitizada -classe social dominante financeira- que tem constante sustentabilidade como todo e que, para os olhos das autoridades que fazem parte do mesmo grupo social, tem que ser priorizada para não ser aniquilada consequentemente, afinal são grupos com grande poder aquisitivo porém de baixa imunidade.
A indignação dos relatos é por conta dos acontecimentos do dia-a-dia que presenciamos em todos os bairros periféricos da nossa capital. São milhares de famílias perdendo seus parentes para a COVID-19 e o que se percebe é a displicência das autoridades competentes em manter os protocolos de segurança aonde realmente são necessários. Nós temos cinco terminais na grande ilha onde milhares de passageiros, trabalhadores de baixa renda, circulam diuturnamente. Temos dezenas de pontos de transportes alternativos com nenhuma fiscalização para garantir que os protocolos de segurança sejam aplicados. Infelizmente, empresários e condutores de veículos alternativos estão preocupados apenas com o faturamento dos seus negócios enquanto os ônibus continuam circulando lotados sem nenhum procedimento para adotar a segurança de seus usuários contra o vírus.
Todos sabem que para manter as medidas de segurança nos transportes públicos, são necessários profissionais para estabelecerem a ordem e organização das filas com medidores térmicos, além de garantir a obrigatoriedade do uso das máscaras, treinando ambos motoristas e cobradores para exigirem do usuário do coletivo que só é permitido o acesso portando essas máscaras adequadamente -o que não é visto com frequência- e que, ao passar pelas catracas, usem o álcool em gel, que deveria estar à disposição também do cobrador. Infelizmente, contudo, o que se vê são: ônibus completamente lotados com grande parte dos passageiros sem máscaras; uma aglomeração com “empurra empurra”. Isso demonstra um completo abandono daqueles que se dizem muitos preocupados com a população, embora os números apresentem uma história diferente.
A propagação do vírus se multiplica em bairros periféricos e o centro de contaminações com certeza não são praia ou bares, mas sim os meios de transporte público, visto que estudos indicam que 90% da população não tem privilégios do lazer por conta da situação financeira. Portanto autoridades, procurem de fato maneiras de manter os protocolos essenciais e garantir o desenvolvimento da nossa economia, exigindo as fiscalizações nesses pontos de maior fluxo de transportes urbanos e alternativos. Ou vou ter que desenhar?