PT e PCdoB, no passo para a união?
”Rubens Jr tem condições técnicas e políticas para administrar São Luís”, diz Lawrence de Melo ao anunciar adesão.
Os “caciques” do PT, o maior no Estado com mais de 50 mil filiados, adotam o silêncio
Entre um casal, muitas etapas que vão do flerte ao tradicional sim no altar devem ser vencidas. No jogo de sedução da política a situação não é muito diferente. A declaração de apoio do presidente da Agência de Mobilidade Urbana, Lawrence de Melo, à pré-candidatura do deputado federal licenciado, Rubens Jr (PCdoB), à Prefeitura de São Luís movimentou o meio político nesta quinta feira(09).
De forma sucessiva, nas últimas semanas, um secretário do governo Flávio Dino tem ido a público anunciar apoio a Rubens, no entanto, a adesão de hoje tem como figurante nada mais nada menos que um filiado petista. “Quero registrar que a minha decisão, de caráter pessoal, diga-se de passagem, foi por vislumbrar em Rubens as melhores qualidades técnicas e políticas para administrar São Luís”, disse Melo ao fazer o anúncio.
SILÊNCIO DOS NEGOCIADORES
O comando estadual e municipal do maior partido no Maranhão, com mais de 50 mil filiados dos quais oito mil estão na capital maranhense, adota o silêncio dos negociadores, ou seja, não fala nada sobre o assunto. Internamente, várias teses foram apresentadas por diferentes campos, que vão desde a candidatura própria até a política de aliança com partidos distintos, leia-se PSB, PCdoB e Republicanos.
No entanto, essa decisão só será tomada na plenária que acontecerá nos próximos dias entre os membros do Diretório Municipal e que posteriormente deverá ser ratificada pela Executiva Nacional. Porém, um detalhe chama a atenção: a proximidade entre Lawrence de Melo e o presidente do Diretório Municipal – vereador Honorato Fernandes.
Reeleito até 2023 em um processo eleitoral pra lá de conturbado, Fernandes realizou muito bem o dever de casa, garantindo a maioria tanto na Executiva quanto no Diretório Municipal a quem caberá tal decisão. Comenta-se ainda o alinhamento de posições entre os presidentes local e nacional, razão pela qual o anúncio de Lawrence soa como uma possibilidade real do PT e PCdoB caminharem juntos em 2020 rumo ao Palácio La Ravardiere.
O GIGANTISMO DO PT NO MARANHÃO
A declaração de apoio caiu como uma bomba. A preocupação que movimentou os bastidores da política tem uma justificativa real: em nenhum estado da federação o Partido, que tem em Lula sua maior estrela, é tão bem avaliado como no Maranhão. Essa premissa fica clara quando analisados os números na eleição de 2018.
Nos 217 municípios maranhenses, o candidato petista Fernando Haddad venceu em 214 abocanhando um total de 61,26% dos votos. Na capital carinhosamente chamada de Ilha Rebelde, a situação não foi muito diferente. Das seis zonas eleitorais, Haddad venceu em quatro e obteve 45,67% dos votos.
Como se fosse a cereja do bolo, três importantes razões fazem com que o apoio do PT seja alvo de tamanha cobiça: o tempo de televisão, o fundo partidário e a força do partido e de Lula em São Luís, os quais somados entre si podem mudar o resultado da eleição na capital maranhense.