Por Itamargarethe Corrêa Lima
Jornalista-radialista-advogada, pós-graduada em direito tributário, penal e processo penal, pós graduanda em direito civil, processo civil e docência do ensino superior.
É raro, na atualidade, não se ter um irmão, amigo, vizinho, primo ou conhecido que não esteja atravessando a dor vivenciada pela depressão ou enfermidade do ser. Você está incluso nesse roll? Conhece alguém que esteja navegando no mar enfurecido e angustiante dos por quês?
Pois bem, como falado anteriormente, muitos são os fatores que colocam os enfermos nesse estágio, levando-as ao ápice tresloucado de dar cabo à própria vida.
Os internos são aqueles sentimentos que o próprio ser carrega, mas tenta sufocar nesse processo evolutivo por centenas ou milhares de anos.
Já os externos são desencadeados por situações que levam a mente as variações energéticas capazes de influir na produção de hormônios de bem estar ou tristeza.
E o que isso significa? No resumo da ópera, de fora pra dentro ou vice versa, o grande dilema enfrentado pelo depressivo é a autoimportância, querendo, por consequência, que tudo se converta à vontade dele. E quando isso não ocorre, principalmente no campo material, as frustrações ficam pujantes ocasionando o destempero emocional e/ou psicológico, fazendo com que a sistemática cerebral precise de serotonina em quantidades necessárias a proporcionar o bem estar.
E justamente com base nessas informações, transcorrido esse interregno de tempo estamos de volta para abordar outro tema de tamanha importância que parece ter sido esquecido e colocado em desuso nesse atual modelo de sociedade, mas capaz de produzir a noradrenalina que a psique depressiva tanta busca: a GRATIDÃO.
Gramaticalmente falando, estamos diante de um substantivo feminino que denota uma qualidade intrínseca de quem é grato e consegue, seja nas pequenas ou nas grandes coisas, reconhecer algo que tenha sido feito em seu favor.
Assim como em outras emoções, o efetivo exercício da GRATIDÃO pode ter o condão de provocar a sensação de prazer que a mente tanto busca, figurando, assim, como um elemento indispensável ao combate dos transtornos depressivos. Sim, isso mesmo. E sabes por quê?
Além de proporcionar o bem estar que o enfermo necessita, a gratidão é um exemplo sólido e inconteste da evolução humana. Somente ladrilha esse caminho as criaturas que já se desnudaram do orgulho e o egoísmo, a dupla do barulho responsável por alimentar de forma nefasta, a patologia que os estudiosos batizaram como o mal do século.
O portador de transtornos do espectro depressivo ou mental, infelizmente, não detém a gratidão por que não percebe, diante da situação vivenciada, o tão grande ela pode ser.
Agradecer é um ato em que reconhecemos nossa imperfeição e que somos seres em estágio de evolução, então por isso que aquele que deveria ser grato precisa exatamente saber reconhecer, deixando que o espírito, mentalmente, seja embebecido de um sentimento símile a caridade realizada e a organização mental consiga transferir essa sintonia aos compostos cerebrais, provocando derramamento de serotonina.
No entanto, importante ressaltar que o caridoso, de forma desinteressada, assim se comporta pela grandeza do seu ser, sem olhar a quem e/ou esperar nada em troca. Por isso quem ajuda não se aborrece ou não deveria se aborrecer com a ingratidão daquele que recebeu benesses.
Ele fez a parte dele e ao ingrato, ao perceber que não é humilde, além da condição de bondoso, deixa de reconhecer sua própria identidade. A gratidão é o antídoto que o depressivo pode reconhecer que precisa buscar algo a mais que lhe falta.
E nesse contexto, oportuno ressaltar, ainda, que enquanto ser humano nossa grande batalha é nos conhecer, pois quem não conhece a si não sabe enfrentar suas faltas.
As pessoas, diuturnamente, lutam pela liberdade.
Querem se expressar e agir livremente, mas na hora que chega à colheita desse comportamento ninguém quer, esquecendo que essa fase será obrigatória. Portanto,
aqui vai um recado aos gratos e ingratos: embora revestida de misericórdia, a lei que nos rege é justa e maravilhosa.
Se fizermos o bem vamos colher, diretamente proporcional e quando plantamos o mal o mesmo irá acontecer, porém para nossa felicidade jamais será na mesma intensidade.
A colheita, caros amigos(as), chegará, mesmo que advenha em doses homeopáticas e contando com a ajuda de terceiros, pois não aguentaríamos colher as maldades em um único ato, daí a importância da gratidão. Essa semana ficamos por aqui, com a certeza que logo estaremos de volta dando, por outro prisma, continuidade a esse tema. Até mais!!!