A Secretaria de Estado da Saúde (SES) promoveu, nesta quinta-feira (19), um seminário virtual com o tema “Vigilância Epidemiológica da Hepatite Aguda Grave de Etiologia Desconhecida”. O objetivo do encontro foi capacitar profissionais de saúde para a identificação e o monitoramento de casos suspeitos da doença no Maranhão.
“É de suma importância que os territórios estejam em alerta, pois os sinais clínicos precisam ser investigados e os pacientes precisam receber o acompanhamento devido. No momento, temos um paciente no Maranhão cujo caso está em investigação, então é necessário também que os municípios tenham condições de fazer as notificações, a fim de que o monitoramento seja realizado em tempo oportuno, com os profissionais da linha de frente também atentos às notas de orientação que estarão sendo emitidas”, destacou a superintendente de Epidemiologia e Controle de Doenças da SES, Mayrlan Avelar.
O seminário abordou aspectos clínicos da doença e diagnóstico; fluxo de coleta; acondicionamento e envio de amostras; notificação e investigação epidemiológica; além de recomendações para as vigilâncias em saúde. O momento reuniu profissionais das unidades de saúde da rede da SES, das Secretarias Municipais, além de técnicos de laboratórios públicos e privados.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 429 casos de Hepatite Aguda Grave de Etiologia Desconhecida foram notificados e seis mortes confirmadas. No Brasil, há 47 casos suspeitos sob investigação, sendo um deles no Maranhão. Ao abordar sobre os aspectos clínicos e diagnóstico, o médico infectologista Bernardo Bastos Wittlin destacou a definição de caso.
“É necessário antes descartar todas as principais causas de hepatites agudas, assim como outras doenças infecciosas e não infecciosas que causam hepatite. O que podemos apontar é que, na maioria dos casos suspeitos, há detecção do Adenovírus, embora ainda não tenhamos informações sobre a participação dele direta ou indiretamente, bem como de outros fatores, como o vírus da Covid-19 de forma associativa”, explicou.
De acordo com a coordenadora do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS-SES), Jakeline Trinta Rios, a notificação do caso suspeito precisa ser realizada em até 24 horas. “Sendo um cenário ainda em investigação, enfatizamos que qualquer profissional de saúde de qualquer unidade pode fazer essa notificação. Só assim conseguiremos fazer o monitoramento e a notificação dos casos suspeitos junto com as vigilâncias epidemiológicas em tempo hábil, mantendo-se atentos às sintomatologias e à busca ativa, de forma a orientar os pais e comunidades quanto às medidas preventivas”, orientou.
A bioquímica do Laboratório Central do Maranhão (LACEN-MA), Mirtes Castelo, ressaltou a importância da coleta de amostras para diagnóstico. “Para o diagnóstico laboratorial é necessário que sejam feitas coletas simultâneas de amostras de fezes, sangue, assim como feito o teste swab nasofaríngeo. Após a análise e identificação de reações é que poderemos dar respostas conclusivas para a Vigilância Epidemiológica, a fim de darem condução precisa ao caso”, disse.