Atitude, segundo o parlamentar, visa assegurar independência e imparcialidade para análise de possível quebra de decoro
O vereador Astro de Ogum (PL), 1º vice-presidente da Câmara de São Luís, voltou a se manifestar, ontem, em discurso na Casa, sobre a recente operação da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), em sua residência no Olho d’Água, que culminou com a prisão de dois de seus assessores. Em seu pronunciamento, o parlamentar negou envolvimento no âmbito da Operação Constelação, disse que não queria parecer uma vítima diante dos pares e destacou que estava “angustiado” ao ver seu nome vinculado a denúncia de pedofilia.
“Não estou aqui para ser vítima e nem quero que ninguém me olhe dessa forma. Resta a mim lutar para provar minha inocência, naquilo que estou sendo acusado. Pesou-me muito quando determinado delegado chamou o nome pedófilo. Foi pesado, foi angustiante. Foi o que mais pesou”, declarou.
O vice-chefe do legislativo destacou ainda que, ao ser preso – ele pagou fiança e acabou liberado no mesmo dia –, lembrou das denúncias do delegado Ney Anderson Gaspar contra o Sistema de Segurança estadual. “Naquela época [das revelações do delegado], nem quis acreditar”, disse. Gaspar foi quem denunciou que Astro estaria sendo investigado a partir de um grampo ilegal.
NÃO EXISTE PEDOFILIA
O vereador fez ainda uma cronologia dos fatos e afirmou que inicialmente o que era investigado como crime de pedofilia, passou a ser apurado como crime tecnológico, em virtude do uso de perfil falso em rede social para atrair supostas vítimas.
O parlamentar, no entanto, negou que tenha qualquer participação nesse caso. “Um personagem criado, que eu nunca participei, não sei quem é”, disse Ogum, acrescentando que tem pouca intimidade com “mundo tecnológico” e que usa computador apenas para jogar poker.
“No mundo tecnológico eu tenho as minhas limitações, não me adequei ainda ao sistema do novo mundo tecnológico. Tenho um site no meu notebook que eu jogo pokerstars. Jogo assim que tenho um tempo. Então, na tecnologia, não tenho nada a ver com essa história”, reiterou.
RENUNCIANDO AO CARGO
Num momento de maior exaltação, voltou a negar envolvimento em “falcatruas”, se disse perseguido e renunciou ao cargo que ocupava na Comissão de Ética da Câmara. “Eu não tenho falcatruas, eu não cometo falcatruas. Sou perseguido. Hoje venho prestar contas e aproveito o momento para renunciar à Comissão de Ética que faço parte nessa Cassa. Que seja cumprido o meu pedido”, destacou.
Segundo ele, a decisão foi tomada para que o colegiado possa acompanhar com isenção as investigações da Operação Constelação. Astro, no entanto, insinuou que até agora, a Comissão não funcionou como deveria.
“Se a Comissão de Ética deve acompanhar o inquérito contra mim, que sejam tomadas as providências necessárias. De mim não haverá um pedido à Comissão de Ética para encobrir qualquer coisa da minha pessoa. Eu espero que ela funcione bem nesse caso, e que passe a funcionar também bem para muitas coisas que ja estão por aí e que devem chegar muito mais. Não faço mais parte da Comissão de Ética dentro da Câmara Municipal de São Luís”, finalizou.