Pedido de impeachment de Edvaldo Júnior na Câmara repercute entre vereadores
O pedido de impeachment contra o prefeito Edivaldo de Holanda Júnior, que foi protocolado ontem pelo advogado Pedro Michel da Silva Serejo, teve grande repercussão durante a sessão plenária desta terça-feira (14). Vários vereadores subiram à tribuna do plenário Simão Estácio da Silveira para tratar sobre assunto, dentre eles, Marquinhos (DEM), Honorato Fernandes (PT) e Estevão Aragão (PSDB).
O primeiro parlamentar a ocupar o púlpito foi Honorato. Em seu discurso, o petista rechaçou de plano o afastamento, alegando que não gosta da palavra impeachment, pelo fato do seu partido ter sido vítima de um processo semelhante, e que culminou coam o afastamento da presidente Dilma Rousseff, contudo, cobrou esclarecimentos do presidente Osmar Filho.
“Não gosto da palavra impeachment, faço parte de um partido que sofreu com um pedido de afastamento realizado de forma injusta, mas também não posso dizer que todos os casos são iguais ou os motivos que levaram a tal pedido não devam ser considerados. Reconheço a gravidade do pleito de afastamento, neste primeiro momento, mas precisamos ter acesso às informações que motivaram tal pedido”, disse.
De forma dura, Fernandes criticou a própria Casa, bem como a postura do líder do governo, vereador Pavão Filho, em razão do desgaste do legislativo municipal. “Não vou entrar no mérito do pedido, apenas no que causou tal esgarçamento da relação política, ao ponto de agentes externos a este Poder, que entraram com o processo questionando o PL de nº 55, e que hoje ocasionou o Pedido de Impeachment”, destacou.
O líder do PT na Casa pediu reflexão dos colegas e afirmou que a Casa contribuiu para que se chegasse a este ponto. “Precisamos ter consciência que aquela votação foi atabalhoada, desorganizada, sem pareceres, encaminhado a esta Casa, fragilizando, assim, o poder. Por isso, na época, repudiei a votação, bem como a ação do próprio líder governista. Ponderei a necessidade de não votar aquela matéria, tendo em vista que não tinha nenhum parecer, e o conteúdo era delicado, simplesmente solicitei prudência, pedia 24h para que pudéssemos aliviar a matéria, e vejam só o que aconteceu? A câmara recebeu ontem um Pedido de Impeachment, um pedido gravíssimo de afastamento do prefeito, justamente por aquilo que alertamos naquele período”, completou Honorato.
LIXO ENTRE VITÓRIA E DERROTA
Logo em seguida, foi a vez do vereador Marquinhos subir à tribuna para tratar do assunto. Como de costume, o parlamentar democrata foi duro nas suas colocações direcionadas ao Poder Executivo. Diferente do petista, não falou sobre o Pedido de Impeachment do prefeito, diretamente, mas escolheu expor a situação do lixo para explanar na tribuna.
“Nós estamos diante de uma situação muito delicada. Se fala que a Câmara de São Luís vai completar 400 anos, e ao longo de todo este tempo, esta Casa já passou por muitas dificuldades. Este Poder tem uma grande responsabilidade com a população de São Luís, e o prefeito Edvaldo Holanda precisa ter cuidado com essa crise no governo, por que assim como o lixo permitiu uma ascensão política ao hoje prefeito, ele poderá representar sua derrocada”, concluiu.
Já o líder da oposição, vereador Estevão Aragão também não poupou críticas à gestão do pedetista. O parlamentar tucano afirmou não ter sido surpreendido com a informação do Pedido de Impeachment, porque a imprensa já vinha noticiando, mas que a maior surpresa foi em saber que os fundamentos alegados pelos advogados foram alertados por ele e alguns colegas no dia da votação do PL de nº 55/2019, que versava sobre o Termo de Reconhecimento de Dívida entre a Prefeitura Municipal de São Luís em favor da SLEA – Engenharia Ambiental, assinado em maio de 2015.
“Avisei que o PL, deliberadamente, induzia esta Casa ao erro. Omitiram-nos, na defesa do projeto pelo líder do governo, vereador Pavão Filho – informações preciosas para que pudéssemos avaliar a matéria com segurança e, assim, evitar o que vivenciamos hoje. Avisei que estávamos sendo manipulados para convalidar um ato irregular cometido pelo prefeito em 2015”, desabafou.