Na primeira eleição após o fim das coligações partidárias, o PDT corre o risco de encolher sua bancada na Câmara de São Luís em 2020. A sigla tem hoje 4 vereadores [Ivaldo Rodrigues, Pavão Filho Raimundo Penha e Osmar Filho], número maior que na legislatura 2013/2106, quando contava com três parlamentares: Ivaldo Rodrigues, Pavão Filho e Barbosa Lages. No entanto, com o fim das coligações proporcionais nas eleições do próximo ano, dificilmente o partido vai conseguir renovar suas quatro cadeiras.
Sem a composição com outras legendas para turbinar as votações e garantir o coeficiente eleitoral, os pedetistas vem trabalhando a hipótese de ter um candidato a prefeito que possa ajudar a puxar votos para os vereadores. Como a nova regra tem um potencial nevrálgico de alterar os cálculos eleitorais na corrida pela Câmara Municipal, a saída para isso, seria trabalhar um nome de um sucessor do prefeito Edivaldo dentro da própria legenda. No entanto, até lá a legenda precisa lhe dar com alguns desafios, entre eles, o desgaste e a alta rejeição do atual prefeito.
Os pedetistas apontam quatro motivos que podem tornar a eleição do ano que vem uma prova de fogo: o sentimento antipedetista amplificado pelas denúncias da ‘máfia do lixo’; o desgate por conta do Termo de Reconhecimento de Dívida feito em 2015 à revelia do Legislativo, que se tornou público com o Projeto de Lei n. 055/2019, que está sendo questionado judicialmente; a proibição das doações empresariais e o risco eminente de um processo de impeachment de Edivaldo Júnior chegar à Câmara por conta da série de escândalos que estão vindo à tona, o que poderia distanciar o PDT de aliados tradicionais e restringir sua política de alianças na capital.
Somem-se a isso os problemas internos que já começam a se tornar públicos. E os casos mais evidentes da crise interna – por conta da difícil situação dos vereadores para a eleição de 2020, sendo quatro candidatos de mandatos, disputando duas vagas – vem sendo observado no Palácio Pedro Neiva de Santana, sede do legislativo da capital, pelos principais analistas da cena local.
Uma dessas situações que vem chamando a atenção é a oposição velada feita por Raimundo Penha, tanto que no final do mês retrasado, o vice-líder do governo na Casa apresentou um projeto para conhecer os maiores devedores de IPTU dos cofres municipais, sendo que a prefeitura é um dos maiores devedores do INSS. A proposta não passou de um tiro no pé, mas evidenciou a insatisfação interna de filiados do partido que pode entrar no pleito com estrutura, mas sem conseguir atrair potenciais postulantes que resistem em engrossar as fileiras do partido temendo virar escada para quem já tem mandato.
A postura ‘oposicionista’ de Penha também acabou sendo evidenciada quando ele resolveu participar de uma visita a uma escola na Vila Luizão, com obras inacabadas. Curioso é que Penha aceitou participar da agenda à convite do colega vereador Marquinhos, parlamentar que vem ajudando a piorar a imagem do PDT na cidade em função das duras críticas à gestão pedetista na Câmara. Na semana retrasada, uma frase que o vice-líder do governo disse em plenário se referindo ao colega de partido, vereador Pavão Filho, demostrou mais ainda que a coisa não será fácil internamente na legenda no pleito vindouro.
Penha que votou contra uma proposta do colega fez um comentário que colocou o plenário em dúvida. Como se fosse um parlamentar oposicionista, destacou em pronunciamento que “as pessoas precisam saber ganhar e perder e respeitar a decisão do plenário”.
Para piorar ainda mais, o PDT começa a enfrentar um cenário de desgaste por conta das denúncias relacionadas à manutenção de um contrato fraudulento com a empresa de limpeza e coleta de resíduos. Preocupado com o avanço das acusações, o senador Weverton Rocha que é dirigente da sigla, já começa a se movimentar para evitar um estrago maior. Por conta disso, a ‘rosa’ pode murchar na eleição de 2020 já que teme não ser mais a mesma nesses quase 30 anos de domínio na capital maranhense.