Líder da oposição é o segundo vereador, publicamente, a reclamar da postura do chefe do legislativo
Em entrevista ao programa Passando a Limpo, na Rádio Nova FM, nessa quarta-feira(01), o vereador Estevão Aragão(PSDB), líder da oposição na Câmara Municipal de São Luís, foi o segundo parlamentar a reclamar do tratamento que está sendo dispensando aos vereadores por parte do presidente da Casa – vereador Osmar Filho.
“Aproveito para me solidarizar ao colega Sá Marques, que na semana passada, durante uma sessão solene, fez uso da palavra para cobrar do presidente que tenha uma relação mais próxima com os seus pares. Eu, por exemplo, estou tentando agenda com o vereador Osmar há duas semanas e não consigo. Ele, simplesmente, não responde e eu deixei de procurá-lo, pois não vou ficar me humilhando. Eu fui eleito, democraticamente, como todos os outros vereadores. Para uns ele(presidente) está dispensado um tratamento, enquanto para outros, a política é do desprezo”, disse Estevão.
Em tom de desabafo, Aragão relatou aos radialistas Osvaldo Maia e Diego Emir, a inércia do chefe do legislativo para promulgar projetos de sua autoria, enquanto que em relação a outros vereadores, mais próximos, diga-se de passagem, as promulgações estão sendo feitas com pompa e festa.
“Acho que todos os projetos dos vereadores são importantes, pois tem o objetivo de beneficiar os ludovicenses, mas no caso do meu, que versa sobre a Cemar, está na mesa do presidente e ele não sanciona”, esbravejou.
O parlamentar tucano finalizou dizendo que espera que o vereador Osmar [Filho] não se distancie do projeto que ele idealizou quando lhe chamou para fazer parte do grupo que o elegeu presidente.
“O poder Executivo é Executivo, e poder Legislativo é Legislativo. O vereador Osmar estaria lá [no comando da Casa]para representar os vereadores, mas, muitas das vezes, não é isso que estamos observando, porque ele vem deixando os vereadores de lado para atender os interesses do Executivo”, disse.
Na realidade, embora os vereadores Sá Marques e Estevão Aragão tenham sido os únicos a externar, publicamente, a insatisfação com a gestão do presidente Osmar Filho, nos bastidores, sabe-se que essa situação já atinge a grande maioria dos Edis. A situação já é visível, que no dia da fala de Sá Marques, os vereadores Joãozinho Freitas e Francisco Chaguinhas – chegaram a sorrir do constrangimento em que o Osmar Filho foi submetido, diante da nata empresarial do Estado.
Já fora do plenário, a frase mais usada foi uma bem comum: “achei foi bom. Ele [Osmar] está pensando o quê? Somos vereadores tais qual ele, por isso exigimos respeito”. Para os funcionários mais antigos, com mais de três décadas acompanhando os movimentos no Palácio Pedro Neiva de Santana – já existe um balcão de aposta quanto ao futuro político do presidente, haja vista que o desgaste começou muito cedo, ou seja, com pouco mais de 120 dias do início da gestão.
“Nos corredores ninguém fala bem do presidente, inclusive aliados do próprio partido. Os fatos evidenciam que o futuro não será nada promissor, muito menos agradável”, relatou um funcionário que pediu para não ser identificado.