A decisão do juiz Hilmar Castelo Branco, que censurou jornais a pretexto de proteger a intimidade de Marcela Temer, é totalmente equivocada por um motivo banal: nenhum jornal pretendia publicar de nudes de Marcela, mas sim descobrir o que motivou a extorsão a Michel Temer; o motivo é um diálogo de Marcela com seu irmão, em que ela fala que o braço direito de Temer, o publicitário Arlon Viana, ex-tesoureiro do PMDB em São Paulo e hoje assessor especial da presidência da República, faria a parte “baixo nível” do marido; com isso, o nome de Temer seria “jogado na lama”; o caso foi investigado pelo então secretário de Segurança de São Paulo, Alexandre de Moraes, que depois se tornou ministro da Justiça e acaba de ser indicado para o Supremo Tribunal Federal; o áudio misterioso sumiu do processo
Ao anunciar a nova cartilha, o presidente afirmou : “Se alguém converter-se em réu, estará afastado”. Parecia uma medida moralizadora, mas era o oposto disso. (…) Na prática, o presidente oficializou a blindagem dos auxiliares encrencados com a Justiça. A lentidão do Supremo se encarregará de manter a equipe unida. Em quase três anos de Lava Jato, a corte só recebeu cinco denúncias contra políticos”, escreve o colunista Bernardo Mello Franco